quarta-feira, 27 de junho de 2012

1º Encontro de carros de boi - Festa do Livramento

























Poesia


CARRO DE BOI
(Carlos Pitty) Direitos reservados
Lá vai o carro de boi
Berrando, carga e boiada
E guiando vai o peão
Fazendo fumaça de poeira na estrada
A boiada puxa o carro
Já passou a tapera do seu João
Horizonte se vê a frente
Pelos morros que se “espaia” no sertão
O boi Brazino é teimoso
Tinhoso amontoa marcas pelo chão
Na roça o dia empalidece
Já tá cansado o boi Brasão
Da roça se leva milho
Carrega-se arroz, trigo e feijão
Ruído é o som do carreiro
Que eco faz pelo rincão
O peão conduz a carroça
Em um andar sempre devagar
Pelo tanto que “trabaiô” os bois
A colheita sempre a carrear
Carro de boi valente
Anda beirando a mata queimada
Vê-se ao longe o campo verde
Verdes campos que pouco sobra à beira da estrada
O peão chega ao rancho
Com cheiro de cinza do queimado
Carregando terra suja na enxada
Cansado como um rio acurvado
Na terra vermelha pisa o boi
O peão mira a lagoa
Que está perto da mata
Ouvindo o som do passarinho que ecoa
Ao longe, berrante pia na mata
Segue o canto do canarinho
Adiante se vê a tapera
Assobia sabiá no ninho
Carro de boi passou a porteira
“Ficô pra trais” a invernada
E o dia do caipira acaba
Nos braços da cabocla amada...